E o desejo tornou-se realidade:
cresci, aprendi a mover-me na cozinha, e esta é uma receita que faço amiúde:
bola de carne.
Aqueles que a têm provado
também a apreciam, de tal modo que, por várias vezes, é a minha contribuição
para levar a festas. Foi o caso de hoje.
Cheia de boa vontade, fui para
a cozinha, não propriamente para “meter a mão na massa”, pois esta receita
resulta numa massa bastante líquida, mas para preparar a bola.
Comecei por amornar um pouco de
leite e dissolver nele fermento de padeiro. Pesei a margarina e derreti-a, sem
aquecê-la. Os ovos também já estavam prontos para “entrar em campo”; fui pesar
a farinha.
A balança, que acabara de pesar
tão bem a margarina, deixou de funcionar, sem mais nem menos, atribuindo um
peso excessivo aos objetos!
Como cozinheira moderna que
sou, recorri à internet para tentar encontrar uma tabela de equivalências de
pesos e medidas. De fato, o acesso à informação é algo precioso: ela é tanta,
que cada uma dizia um valor diferente!
Furibunda e já atrasada para os
demais compromissos, acabei por deitar a farinha “a olho”.
Juntei os ingredientes todos e
temperei com sal. Ao misturar e mexer tudo, a consistência pareceu-me a habitual,
pelo que fiquei um pouco mais tranquila.
Deixei levedar, tapando a taça
com uma toalha, enquanto forrava um tabuleiro com papel vegetal untado com margarina
e polvilhado com farinha.
Ainda bastante temerosa, pois verifiquei
então que a massa crescera menos que o habitual e pareceu-me mais líquida, deitei
metade no tabuleiro e recheei generosamente com fiambre, chourição e mortadela
com azeitonas. Verti o resto da massa por cima e cobri o tabuleiro com a toalha
para que levedasse novamente, cerca de três quartos de hora.
Coloquei por fim o tabuleiro no
forno. A hora da verdade aproximava-se: como ficaria a minha bola? Poderia apresenta-la
com orgulho à minha querida anfitriã?
A bola costuma demorar cerca de
25 minutos a assar, a 200º. Passado esse tempo, fui espreita-la. Ainda não estava
pronta! Levantei cuidadosamente a massa, de um dos lados, e estava crua no
centro. Veredito: falta de farinha!
Pacientemente, embora quase
resignada a que não poderia levar a minha contribuição para a festa, fui
jogando com o forno e a posição da bola: calor só por baixo, virar a bola para
outro tabuleiro, cobri-la para não queimar por fora, ligar a ventoinha do
forno, …
Finalmente ficou cozinhada por
todo. O aspeto era bom, como de costume, ainda que estivesse mais baixa que o
habitual. Continuei a temer pelo seu sabor...
Decidi levá-la para a festa, apresentá-la,
e pedir para prova-la antes de a colocarem na mesa; se não estivesse boa, iria
para o lixo!
O resultado desta saga…: bem
boa ficou a minha atribulada bola! A minha dúvida agora é: serei capaz de
repetir a façanha?
Não vai ser nada fácil repetires essa aventura!
ResponderEliminarEu fiquei curioso com a tua bola, para a próxima festa pesa e mede tudo, e depois partilha uma receita que se possa "replicar". Leva fermento de padeiro já me agradou.
Bjs
Olá, Lenita!
EliminarAqui vai a versão menos poética (mas mais útil e pragmática, reconheço!) da receita.
Fico à espera que a experimentes! É bastante simples e sai sempre bem... mesmo com farinha a menos ;)
Bjs!
Ingredientes:
250 gr farinha de trigo
3 ovos
60 gr de margarina derretida mas não quente
Sal qb
50 gr de fermento de padeiro
1,5 dl de leite morno
Carnes frias a gosto
Margarina e farinha para untar o tabuleiro
Num copo, desfaça o fermento com o leite morno.
Deite numa malga a farinha, os ovos, a margarina e uma pitada de sal. Junte o fermento que já foi desfeito com leite e misture tudo muito bem, batendo um pouco pra obter uma massa mole (5/10 min é suficiente).
Deixe levedar um pouco e, entretanto, forre um tabuleiro com papel vegetal , unte-o com margarina e polvilhe-o com farinha.
Verta metade da massa no tabuleiro e, e sobre esta espalhe uma camada de carnes frias a gosto; cubra com o resto da massa. Alise e deixe levedar até crescer o dobro ou o triplo (cerca de 45 min) e leve por fim a cozer em forno moderado (200º).