quinta-feira, 4 de outubro de 2012

Cavalheiro andante

A parangona acusava, de forma genérica: “Já não há homens como antigamente!”.
Vitor sentiu-se ofendido e injustiçado com tal asserção. Era um homem educado e sensível, pelo que decidiu assumir a tarefa de mostrar ao mundo, e sobretudo às mulheres, que o pasquim estava equivocado.
Começou desde logo: ao ver uma jovem equilibrada nuns saltos altíssimos e carregada de sacos aproximar-se da porta do prédio, correu a abri-la:
- Eu seguro-lhe a porta! – disse prazenteiro.
Os olhos da jovem inspecionaram-no de alto a baixo, com desprezo:
- Acha que não sei abrir uma porta?!
Desculpou-se gaguejando, pensando de si para si:
- Bolas! Já não há é mulheres como antigamente…

2 comentários:

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