sábado, 27 de outubro de 2012

Cientista culinária

Talvez seja um resquício da irreverência da juventude… esta minha mania de não seguir receitas à risca.
Agora que me deixei de lutar contra moinhos de vento – ou, o que será mais consentâneo com a realidade atual: contra aerogeradores de aproveitamento de energia eólica – ainda assim, dou por mim sempre a cair na tentação de fugir aos preceitos dos mestres de culinária…
A idade acalma-nos, mas também nos ensina a ter sentido crítico e a interpretar a realidade através dos nossos olhos. Simplesmente, temos mais serenidade para aceitar o que não podemos mudar e mais inteligência e capacidade de intervenção para mudar o que pode ser mudado.
Se tudo estivesse já criado e previamente estipulado, a vida perderia a sua cor. Se, por um lado, é bom contar com a segurança da rotina, são os imprevistos e as surpresas que dão tempero à nossa experiência.
Por isso gosto sempre de adaptar as receitas, de lhes dar o meu toque pessoal, de fazer da cozinha o meu laboratório de experiências (já que nunca tive gosto ou vocação por dedicar-me a qualquer outro).
Esta receita é inspirada numa que vi na televisão pública espanhola no outro dia. Ora experimentem:
Temperem filetes de pescada mais ou menos do mesmo tamanho (dois por comensal) com sal, pimenta e sumo de limão. Deixem-nos banquetear-se com esses sabores durante pelo menos meia hora.
Peguem num filete e, sobre ele, coloquem uma fatia de mortadela de perú com azeitonas e uma tira de pimento vermelho assado. Tapem com outro filete e, com cuidado para não desmanchar a “sande”, passem por farinha de trigo, a seguir por ovo batido e, por fim, por pão ralado, tendo o cuidado de ir selando os bordos com o polme. Dá trabalho, eu sei! Mas o resultado compensa!
Fritem em óleo bem quente e acompanhem… com o que quiserem!
Ah! E…  não façam exatamente assim: inovem!

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