sábado, 1 de setembro de 2012

À nora com restos da sogra

Dizem que as sogras “isto”, as sogras “aquilo”… Até apelidaram de “língua da sogra” aquele apito irritante que se usa nas festas e que, quando soprado, faz desenrolar uma longa faixa de papel. E também aquelas compridas bolachas de baunilha que se saboreiam na praia mereceram esse epíteto...
Será a língua da sogra assim tão comprida ou, por seu turno, sê-lo-á  a das noras?
Certo é – e muita gente o desconhece! – que quando se escolhe um marido dever-se-ia, outrossim, escolher a sogra. É que o divórcio permite que nos livremos do marido, mas os laços de afinidade que o casamento fez gerar com a família do fulaninho jamais se dissolvem! Ou seja, jurídica e civilmente, podemos ter mais que uma sogra! Algo assustador, para alguns leitores…
A minha sogra fez anos esta semana, e ofereceu um magnífico jantar em sua casa. A variedade era tanta que, apesar da qualidade dos petiscos, sobraram diversas iguarias. Eu, como adoro restos, não me fiz de rogada aquando da amável pergunta: “Queres levar algumas coisas para casa?”.
Entre o espólio da festa, contava-se uma caixa com camarão cozido, ao natural. Estava delicioso, mas apetecia-me variar o seu sabor. Piquei então uma pequena cebola, um dente de alho, e bastante salsa fresquinha. Acrescentei azeite e vinagre, e temperei com pimenta branca e um pouco de sal.
Uma receita bem mais simples que a questão que aqui fica: é ou não perigosa a língua da sogra?

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