Eu também tenho um tesouro, que guardo com respeito reverencial: a amizade. Já aqui o tenho dito. No entanto, e porque “errar é humano”, preciso de pedir desculpas a um casal amigo. Qual a melhor forma? (pensei) Cozinhando para eles, uma receita original e saborosa, com cheiro a maresia!
Seria poético dizer-vos que pedi a Yemanjá – Raínha do Mar – que partilhasse comigo alguns dos seus tesouros, para eu poder concretizar esta receita… Seria. Mas a verdade é que, simplesmente, recorri a uma grande superfície para comprar os ingredientes necessários!
Vou começar por preparar um caldo de peixe, pondo a ferver, lentamente, espinhas e cabeças de peixes variados, alho francês, cebola e cenoura. Este caldo, depois de coado, servirá para cozer o excêntrico linguini negro que comprei para surpreender os meus comensais.
À parte, verto um pouco de ouro líquido (a que vulgarmente chamamos azeite!) num tacho. Deixo aquecer. Mergulho no calor cebola e alho bem picadinhos. Deixo-os espraiarem-se à vontade pelo fundo do tacho e, quando começarem a ganhar cor, juntarei pimentos, vermelho e amarelo, aos pedaços.
Chegou o momento de acrescentar os frutos do mar. (As embalagens congeladas são tão simples de usar, que não resisti a recorrer a elas!)
Tempero com sal, pimenta branca e um pouco de colorau picante.
Enquanto os sabores e aromas se misturam, acrescento ainda um pouco de polpa de tomate natural.
Reduzo a temperatura e deixo cozinhar, sempre atenta para que tudo fique al dente.
Vou servir o linguini revolto, como ondas, num prato fundo, coroá-lo com o colorido preparado de frutos do mar e salpica-lo com salsa bem verde, cor da esperança de ser perdoada!
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