domingo, 13 de maio de 2012

Conto (de) sem fadas

Sei muito pouco acerca dela, apesar de já nos havermos cruzado algumas vezes pela cidade.
Sei que gosta de baguette francesa; mas os poucos cêntimos que esta custa ficam acima das suas possibilidades - disse-me uma vez. Disse-o sem mágoa, sem ressentimento ou inveja por ver que eu colocava duas baguettes no meu carrinho. Disse-o a sorrir, com um ar sereno, de quem apenas constata uma realidade, sem a pôr em causa.
Ontem vi-a com um grande saco, daqueles reutilizáveis, exibindo o sorriso de uma criança. A sua nova companhia, para vaguear pela cidade, com uma elegância e um ar etéreo que a miséria não reduziu.
Pergunto-me: onde andam os príncipes encantados de outrora? Se esta história fosse um conto de fadas, o príncipe apaixonar-se-ia perdidamente ao vê-la, e seriam felizes para sempre...

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