terça-feira, 20 de março de 2012

Cidade minha

Cidade una, de vários rostos.
A face da rotina diária: o trânsito, o granito, os peões que passam, a história que ficou; compras, artistas de rua, conversas, um café numa esplanada, porque o calor já convida.
Por trás de algumas fachadas, um rosto rural. E é ver os quintais semeados, com mais ou menos esmero, a lembrar que, outrora, em todo aquele espaço onde hoje vive a cidade, reinou a natureza.
Também a carantonha escondida, ali a um passo da "normalidade" dos dias, a mostrar-nos as cicatrizes da cidade. Ruas estreitas, o chão imundo, coberto por um tapete de beatas; pacotinhos de mão em mão, luzes que tristemente brilham: "Danceteria". Pensões baratas, miséria humana, o sobe e desce.
Sobressai o rio, sempre o rio, presença constante nas várias faces da cidade, em lugar das lágrimas dos seus diversos rostos.
Olho para a cidade, cara a cara, e apesar das suas deformidades, é ao seu brilho ímpar, que me atrai e fascina, que me rendo.
E sigo a amar a cidade.

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