segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

- No meu tempo...

Joana olhou à sua volta desencantada, quase perplexa. Há vinte anos deixara a sua cidade, e só agora a suave inocência dos oito se desfazia.
Quase tudo mudara: a loja onde comprava as guloseimas dera lugar a um café, as lojas de passamanarias quase já não existiam, as mercearias tradicionais sobreviviam a custo, os passeios de pedra haviam sido melhorados - mas até da calçada irregular sentia agora saudades...
Quando era pequena, Joana achava que tudo se manteria inalterado, imóvel no tempo, certo e seguro. Mas o tempo passara, e a mudança também.
Compreendia finalmente o sentido das palavras tanta vezes repetidas pela mãe e pela avó:
 "- No meu tempo..."

Sem comentários:

Enviar um comentário

Obrigada por enriqueceres o meu petisco com as tuas deliciosas palavras...
Se, por qualquer motivo técnico, não conseguires publicar aqui o teu comentário, envia-o para petiscosdeletras@gmail.com